Ouro d’África inspira Caminho da Liberdade

“Descolonizar a África é libertar o Brasil”. A premissa serve de guia das atividades programadas para o Dia da Consciência Negra, 20 de novembro. O ponto alto da celebração é a 22ª Caminhada da Liberdade, saindo do Curuzu rumo ao Terreiro de Jesus, este ano em homenagem a Burkina Faso, país africano promovido a referência do combate mundial pela independência preta.

Presidido por Ibrahim Traoré, 36 anos, Burkina Faso acaba de nacionalizar a produção de ouro, servindo portanto de exemplo para outros países produtores, como o vizinho Mali, na luta por livrar-se das garras dos europeus e EUA.

A África é rica em diamante, madeira de lei, petróleo, ouro, produtos agrícolas e potencialmente atraente para o turismo e atividades multiculturais, mas segue sendo alvo da rapina de multinacionais do chamado “primeiro mundo”.

– Basta! Eis a mensagem de Ibrahim Traoré para libertar-se toda a África das garras do imperialismo que traz a fome e as guerras e leva as riquezas, afirma o presidente do Fórum de Entidades Negras da Bahia (Feneba), Raimundo Bujão.

O cortejo afro baiano tem a participação da Feneba, Movimento Negro Unificado (MNU), blocos afro e entidades como Ilê Aiyê, Muzenza, Malê Debalê, Os Negões, Aganju, Okambi, Cortejo Afro e representantes de terreiros.

No ritmo de “África Unite”, Raimundo Bujão alerta para a articulação por um mundo sem usura, questionando, em relação ao recente roubo no Museu do Louvre, se aquelas caríssimas joias foram adquiridas pela França, por meio de uma hipotética “caderneta de poupança”.

– Óbvio que não”, apressa-se a responder o líder ativista, defendendo a imediata expulsão dos corsários contemporâneos.

 

Fonte: Coluna tempo presente, 07/11/2025 – Jornal A tarde
https://atarde.com.br/colunistas/tempopresente/ouro-dafrica-inspira-caminho-da-liberdade-1367444

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